CPC-UMES FILMES

DERSU UZALA (1975), de Akira Kurosawa

Explorador e cartógrafo do exército russo mapeia a Sibéria no fim do século 19, com a ajuda de caçador nativo avesso aos padrões mercantis de conhecimento e relação com a natureza. Produção do estúdio soviético Mosfilm, a obra trouxe o grande mestre japonês Akira Kurosawa de volta às telas, após uma tentativa de suicídio realizada em dezembro de 1971.

OS CIGANOS VÃO PARA O CÉU (1975), de Emil Loteanu

Obra inteligente, com uma atmosfera fascinante – a beleza e paixão de canções ciganas, lenços coloridos e saias, criando um turbilhão de dança e paisagens deslumbrantes. A ação ocorre em um acampamento de ciganos, vagando nas estepes da Bessarábia, na periferia do Império Austro-Húngaro. Com trilha musical de Eugen Doga e baseado no conto de Gorky “Makar Chudra” (1892), “Os Ciganos Vão para o Céu” narra a tempestuosa história de amor entre a jovem Rada e o ladrão de cavalos Loyko Zobar. O filme teve 64,9 milhões de espectadores, em 1976, na URSS.

O DESTINO DE UM HOMEM (1959), de Serguei Bondarchuk

Convocado pelo Exército Vermelho para atuar como motorista de caminhão durante a Segunda Guerra, Andrei é capturado pelos alemães e jogado em um campo de concentração. Quando retorna ao lar não encontra sua mulher e filhos, mortos pelos fascistas. O fantasma de uma vida sem propósito o atormenta, mas não abala seu espírito. Adaptação do romance homônimo de Mikhail Sholokhov, que ganharia o Prêmio Nobel de Literatura em 1965.

O HOMEM DO BOULEVARD DES CAPUCINES (1987), de Alla Surikova

Na alvorada do século 20, Mr. Johnny First chega ao Oeste Selvagem com um projetor e alguns rolos de filme. O título dessa deliciosa sátira ao western way of life é uma alusão ao Salão Indiano do Grand Café do Boulevard des Capucines, onde os Irmãos Lumière encantaram as plateias com sua maravilhosa invenção. O filme foi visto por mais de 60 milhões de espectadores na URSS.

A QUESTÃO RUSSA (1947), de Mikhail Romm

O jornalista Harry Smith é enviado a Moscou por McPherson e Gould, donos de uma cadeia de grandes jornais americanos interessada em fomentar a guerra fria com um material “novo” contra a URSS. Na volta, ele escreve um livro que deixa seus patrões furiosos e torna-se alvo de violenta retaliação. Privado de tudo, casa, salário e condições de trabalho, Smith acaba então se tornando porta-voz dos cidadãos progressistas dos Estados Unidos. Adaptação da peça teatral do escritor soviético Konstantin Simonov.

NOITE DE INVERNO EM GAGRA (1985), de Karen Shakhnazarov

Aleksei Beglov fora um famoso bailarino de sapateado na década de 1950. Depois de 30 anos, trabalha como um modesto professor de um grupo de variedades. Sua antiga fama só é conhecida pelos seus amigos e músicos próximos.

Tudo começa a mudar quando um jovem um tanto estranho, com uma perna quebrada, vem lhe pedir que o ensine a sapatear. Apesar das deficiências do aluno, Beglov se envolve e ganha novo fôlego, como se voltasse à juventude. E a oportunidade de voltar a brilhar vem quando o programa de TV “Nomes Esquecidos” informa que ele não está mais vivo.

ANNA KARENINA. A HISTÓRIA DE VRONSKY (2017), de Karen Shakhnazarov

Corria o ano de 1904. Um hospital militar russo funciona numa semi-abandonada aldeia chinesa. Serguey Karenin, chefe desse hospital, fica sabendo que o oficial ferido que está sendo operado é o conde Vronsky, amante de sua mãe. Karenin vai até Vronsky e lhe dirige a pergunta que o atormentara por toda a vida: o que fez sua mãe querer deixar de viver? Publicado em 1877, o aclamado romance de Tolstoi narra o trágico caso extraconjugal de Anna Karenina. Nesta adaptação cinematográfica, Shakhnazarov o tempera com os escritos Vikenty Veresaev sobre a guerra russo-japonesa, avançando 30 anos no tempo para recontar a história sob o ponto de vista de Vronsky, em vários flashbacks.

QUANDO VOAM AS CEGONHAS (1957), de Mikhail Kalatozov

Veronika e Boris, um jovem casal de namorados, são separados pela convocação do rapaz para se juntar ao Exército Vermelho durante a 2ª Guerra Mundial. Ansiosa por notícias do front, a moça é acolhida pela família de Boris, quando sua casa é destruída por um bombardeio, e acaba forçada a se envolver com o primo do rapaz, com quem resignadamente se casa. Mas continua a esperar por Boris. Palma de Ouro de “melhor filme” no Festival de Cannes (1958).

A ASCENSÃO (1977), de Larisa Shepitko

No rigoroso inverno que assola a URSS durante a 2ª Guerra Mundial, dois guerrilheiros soviéticos deixam seu acampamento na Bielorrússia à procura de alimentos para o grupo. A jornada é de provações e sofrimento. Capturados pelos nazistas, reagem diferentemente ao mesmo tratamento brutal. Adaptação do romance ‘Sotnikov’, do escritor bielorrusso Vassil Bykov. O filme ganhou o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim (1977).

BORIS GODUNOV (1986), de Serguei Bondarchuk

Um ano após Gorbachev iniciar a introdução na URSS das reformas que dissolveram as derradeiras barreiras à restauração capitalista, Serguei Bondarchuk adapta, dirige e estrela a tragédia de Pushkin, “Boris Godunov”, ambientada no período 1598-1605, às vésperas da “Era das Perturbações”. Com a morte do czar Ivan, o Terrível, Boris Godunov se torna regente e 13 anos mais tarde, em 1598, assume o trono, com aparente relutância, assombrado por rumores de que fora responsável pelo envenenamento do legítimo herdeiro de Ivan, o filho Dimitry.  Alguns anos depois, um pretendente posa como o príncipe perdido e lidera uma revolta para derrubar Boris, personagem, a exemplo do Macbeth de Shakespeare, profundamente dividido entre a ambição e o remorso.