CPC-UMES FILMES


LENIN EM 1918 (1939), de Mikhail Romm
Em 30 de agosto de 1918, em meio às batalhas que se sucederam após a Revolução de Outubro, Lenin sofreu um atentado. Gravemente ferido, consegue se restabelecer algumas semanas depois. Nesta continuação de seu “Lenin em Outubro”, Mikhail Romm volta a conjugar personagens reais e fictícios numa trama carregada de ação, suspense, heroísmo, traição, humor e lirismo, que conduz o espectador ao centro dos acontecimentos e o envolve pela força de seu realismo.

TIGRE BRANCO (2012), de Karen Shakhnazarov
Encontrado quase morto entre destroços fumegantes no campo de batalha, o tanquista Ivan Naidionov tem uma recuperação surpreendente que desafia a capacidade de compreensão dos médicos. Mais misteriosa se torna a história quando ele revela que foi atingido pelo Tigre Branco, indestrutível tanque alemão que surge e desaparece por encanto, deixando um rastro de destruição e morte. Ligados por um elo sobrenatural, o homem e a máquina se empenham numa batalha que se projeta para além daqueles tempos.
“Tigre Branco” representou a Rússia na disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2012.

O VELHO E O NOVO (1929), de Serguey Eisenstein e Grigori Aleksandrov
Produzindo individualmente, com técnicas arcaicas, os camponeses pobres que compunham na época a ampla maioria da população da URSS mal conseguiam sobreviver e eram impiedosamente explorados pelos kulaks (camponeses ricos). Cansada de comer o pão que o diabo amassou, a camponesa Marfa Lapkina decide reforçar o movimento pela coletivização da agricultura organizando um kolkoz (cooperativa) com seus vizinhos.
De início a adesão é pequena, mas em meio a uma intensa luta ideológica, entre as velhas e as novas concepções, as vantagens da produção coletiva vão se afirmando. Ponto alto do cinema silencioso, “O Velho e o Novo” explora ao máximo os recursos da montagem dialética.

BOLA DE SEBO (1934), de Mikhail Romm
Grupo de burgueses procura abandonar Rouen, na França, para fugir da ocupação do exército prussiano em 1870. Já iniciada a viagem, uma prostituta conhecida como Bola de Sebo se incorpora à comitiva. Obra de estreia de Mikhail Romm, baseada na adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, “Bola de Sebo” foi realizado em 1934 como um filme silencioso, sendo sonorizado em 1955 sob a supervisão do diretor.
A história de Maupassant recebeu mais de 10 adaptações cinematográficas.“No Tempo das Diligências” (John Ford, 1939) bebeu deste filão que também inspirou Brecht na criação da Jenny de “A Ópera dos Três Vinténs”, como uma antítese da gentil prostituta francesa. Na “Ópera do Malandro”, a Geni, de Chico Buarque e Rui Guerra, retoma o modelo original.

O QUADRAGÉSIMO PRIMEIRO (1956), de Grigori Chukhray
Filme de estreia de Grigori Chukhray, baseado na obra de mesmo nome de Boris Lavrenyov, “O Quadragésimo Primeiro” conta a história do romance ocorrido durante a Guerra Civil entre a jovem Mariutka, exímia atiradora do Exército Vermelho – com cartel de 40 inimigos abatidos – e um prisioneiro sob sua escolta, o tenente Nikolaievich do Exército Branco czarista. Uma sucessão de acontecimentos transporta os dois personagens do deserto de Karakum para uma ilha do mar de Aral, onde permanecem isolados numa cabana de pesca e temporariamente desligados do mundo, mas não de seus condicionamentos políticos e ideológicos.

VASSA (1983), de Gleb Panfilov
Possuidora de uma frota de embarcações de transporte fluvial, a família de Vassa está às voltas com problemas capazes de comprometer sua reputação e, por consequência, seus negócios. O marido é acusado de abuso de crianças, seu irmão engravida a empregada, uma filha é “errada da cabeça”, a outra está se transformando rapidamente em alcoólatra. Empenhada até a última gota de sangue em evitar a ruína de seus protegidos, a poderosa matriarca não hesita em recorrer ao suborno, chantagem, falsificação e assassinato. Porém, a muralha que ergue para defendê-los do mundo não consegue defendê-los de si mesma.
Baseado na peça Vassa Zheleznova, que Gorky escreveu em 1910 e reescreveu em 1936, visando tornar mais explícito o potencial de desumanização contido nas relações capitalistas de produção.

SONHOS (1993), de Karen Shakhnazarov e Aleksandr Borodyansky
Na década de 90 do século 19, a condessa Prizorova sonha que é Masha Stepanova, faxineira de um bar em Moscou, no ano de 1993. Em suas incursões ao futuro a aristocrata vê o marido vender fotos dela nua na rua, a fim de ganhar o dinheiro necessário para comprar comida pelos preços altamente inflacionados – com Yeltsin chegaram a 2000%. Mais tarde, os funcionários do governo a intimam a servir de atração sexual para convencer um representante do FMI a liberar os créditos prometidos, mas não concedidos à Rússia. Ácida reflexão de Shakhnazarov sobre o vazio moral e a imitação das piores práticas ocidentais produzidas na Rússia pela restauração capitalista.

O CAMINHO PARA BERLIM (2015), de Serguey Popov
Condenado por covardia à pena de fuzilamento, tenente russo cruza a estepe escoltado por soldado cazaque até o posto de comando, local da execução. Para chegarem ao destino, eles terão que enfrentar juntos o cerco alemão. Baseado no romance “Dois na Estepe” de Emmanuil Kazakevich e nos diários de guerra de Konstantin Simonov, o filme foi lançado em 2015 por ocasião das comemorações do 70º. aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre o fascismo. Os acontecimentos que ele evoca ocorreram no verão de 1942, na Frente Sul. O filme foi premiado com a menção ecumênica do júri do Festival Internacional de Montreal (2015).

AS AVENTURAS EXTRAORDINÁRIAS DE MR. WEST NO PAÍS DOS BOLCHEVIQUES (1924), de Lev Kuleshov
Querendo viajar à União Soviética, Mr. West é advertido pelas revistas americanas, os grandes meios de comunicação da época, dos terríveis perigos existente naquele bárbaro país. Para proteger-se, ele leva consigo o caubói Jeddy, seu fiel guarda-costas, mas acaba caindo nas malhas de um grupo de ladrões disfarçados de contrarrevolucinários. Passados mais de 90 anos, a sátira de Kuleshov sobre a visão dos americanos a cerca dos russos pouco perdeu de sua atualidade. No elenco, algumas futuras glórias do cinema soviético: os diretores Vsevolod Pudovkin (Shban), Boris Barnet (Jeddy), os atores Serguey Komarov (Zarolho) e Aleksandra Khokholova (Condessa).

SOLARIS (1972), de Andrei Tarkovsky
Cientista enviado para investigar estranhos fenômenos ocorridos na estação espacial que orbita Solaris, reencontra ali a esposa que se matara há 10 anos. Depois de ser bombardeado com raios-x, o enigmático oceano que cobre o planeta parece dotado de alguma forma de razão com poderes para penetrar no íntimo dos seres humanos e materializar suas memórias, tornando-as reais através da criação dos “visitantes”. O filme recebeu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 1972.