CPC-UMES FILMES

RAPAZIADA! (1981), de Iskra Babich

Pavel Zubov está servindo o Exército quando recebe uma carta da mãe, dizendo que Nastya, sua ex-noiva, o traía. Ele decide então não retornar à sua cidade natal. Treze anos depois, descobre que sua mãe se enganara. Nastya morre deixando três filhos órfãos. A mais velha é também filha de Pavel. A consciência da responsabilidade leva-o a uma decisão desafiadora: ele deve se tornar um pai para todos os três filhos de Nastya. Menção Honrosa no 32º Festival Internacional de Cinema de Berlim (1982).

NEVE ARDENTE (1972), de Gavriil Eguiazarov

Adaptação do romance homônimo de Yury Bondarev, obra autobiográfica em que o autor relata sua experiência como chefe de uma bateria de artilharia na Segunda Guerra Mundial, na chamada Operação Tempestade de Inverno. No final de 1942, o combate se aproxima das margens do rio Volga, e as forças soviéticas partem para a ofensiva cercando 300 mil soldados alemães comandados pelo General von Paulus, que sitiara Stalingrado por mais de quatro meses. Para romper o bloqueio, Hitler envia uma grande frota de tanques, sob o comando do Marechal de Campo Manstein. Os soldados de uma bateria antitanque do Exército Vermelho enfrentam o assalto dos fascistas, numa batalha estratégica para o destino da guerra.

ANDREI RUBLEV (1966), de Andrei Tarkovsky

No verão de 1400, Andrei Rublev (1360-1430) deixa o monastério onde foi criado e vai a Moscou com o objetivo de pintar os afrescos de uma catedral do Kremlin. Lá é confrontado com a violência e as dificuldades a que o povo russo era submetido – na época, a pobreza e as invasões tártaras. Durante a missão, ao tentar salvar uma jovem, Rublev termina matando seu agressor e é preso, passando anos recluso e recolhido ao silêncio. O filme é dividido em histórias curtas que desenham uma visão dos caminhos que levaram o monge, canonizado em 1988, a se tornar um artista, formando a sua personalidade e fornecendo as motivações para que ele se tornasse o maior pintor de ícones da escola medieval russa.

GUERRA E PAZ (1965-1967)

Guerra e Paz I – Andrei Bolkonsky
Em 1805, o príncipe Andrei Bolkonsky alista-se no Exército Russo. Gravemente ferido na Batalha de Austerlitz, onde os seus são esmagados, o príncipe é erroneamente dado como morto. Pierre Bezukhov, filho bastardo de um dos homens mais ricos do país, é apresentado à alta sociedade.

Guerra e Paz II – Natasha Rostova
A segunda parte da adaptação do romance de Liev Tolstoi ocorre no ano de 1809. Andrei Bolkonsky se apaixona por Natasha Rostova, e a pede em casamento. Seu pai, o Conde Rostov, pede, porém, que aguardem o retorno do príncipe de uma viagem. Nesse interim, Natasha conhece Anatol Kuraguin, e os dois acabam se envolvendo. Bolkonsky descobre o romance e anuncia o fim do noivado. Bezukhov declara seu amor por Rostova enquanto tenta consolá-la.

Guerra e Paz III – O Ano de 1812
O exército de Napoleão invade a Rússia em 1812. Pierre Bezukhov acompanha a preparação para o iminente confronto. Ele se voluntaria para a artilharia na Batalha de Borodino, maior cena de guerra já filmada, que contou com 300 atores, 120 mil figurantes e o uso de 200 canhões e 100 mil fuzis. A unidade de Bolkonsky espera na reserva durante o conflito, e o príncipe é atingido por estilhaços de um tiro de canhão. À medida que presenciamos a guerra em toda a sua crueza, ressalta-se o repúdio de Tolstoi ao que o próprio escritor descreve como “o contrário da lógica da razão e da natureza humanas”.

Guerra e Paz IV – Pierre Bezukhov
O Exército de Napoleão avança pelo território russo. Mas a evolução se mostra infrutífera pela efetividade da tática de “terra arrasada” do Exército Russo, sob o comando do marechal Mikhail Kutuzov, que não poupa Moscou, incendiando a cidade para que os invasores não encontrem “nem abrigo, nem suprimentos”. Enquanto Moscou arde, os Rostovs se retiram e no caminho levam vários soldados feridos, entre eles Bolkonsky. Pierre Bezukhov permanece na cidade. Os franceses são derrotados na Batalha de Krasny, e iniciam o longo percurso de volta, acossados pelas tropas russas.

STALKER (1979), de Andrei Tarkovsky

Num futuro indefinido, um guia (stalker) conduz dois homens conhecidos como Escritor e Professor a uma área proibida, lacrada pelo governo, a “Zona”. Dentro dela há uma usina desativada onde existe um aposento que possui a propriedade de realizar os desejos de quem entrar nele. Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes (1980).

O SOL BRANCO DO DESERTO (1969), de Vladimir Motyl

No período pós-revolução, o Exército Vermelho combate bandos de ladrões contrarrevolucionários. Com o fim da guerra civil, o soldado Sukhov volta para casa pelas areias do Turcomenistão, e encontra um destacamento de vermelhos que perseguem o bando do brutal Abdullah. Sukhov acaba então encarregado de escoltar as mulheres do harém do bandido, e entra numa batalha em defesa delas. A mistura de ação, comédia, música e drama levou 36 milhões de espectadores aos cinemas, na época do lançamento.

NÓS SOMOS DO JAZZ (1983), de Karen Shakhnazarov

Nos anos 20, jovem morador de Odessa monta um conjunto de jazz argumentando que se trata de um estilo musical que representa a “arte proletária” nos EUA, e não o capitalismo norte-americano. O grupo viaja pela URSS vivendo muitas aventuras em busca de sucesso.

O Espelho (1975), de Andrei Tarkovsky

Alexei, homem na casa dos 40 anos e à beira da morte, relembra seu passado, a infância, os horrores da guerra e a relação com sua mãe e sua ex-esposa. As imagens se misturam com imagens de arquivos sobre a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial. O filme ocupa lugar especial na filmografia de Tarkovsky, e traz fortes traços autobiográficos, principalmente relacionados à sua infância. O diretor filmou sua mãe, Maria Ivanovna Vishnyakova-Tarkovskaya, então idosa, e os poemas de seu pai, Arseny Tarkovsky, permeiam a narrativa e foram recitados pelo próprio.

Matriz restaurada em 2017 sob coordenação de Karen Shakhnazarov, Diretor Geral do Mosfilm.

AS GAROTAS (1961), de Yury Chulyukin

Tosya chega a uma aldeia da Sibéria para trabalhar como cozinheira. O lenhador Ilya aposta que ela vai se apaixonar por ele, mas após alguma relutância percebe que é ele que está apaixonado por ela. Comédia romântica das mais queridas do público soviético. A atuação de Nadezhda Rumyantseva, que aos 30 anos interpretou com perfeição uma garota de 18, lhe rendeu fama mundial.