PRODUÇÃO TEATRAL
Peças Teatrais – TEATRO DE RUA
Na esteira dos cursos de formação na área de artes cênicas foram montadas, no final da década de 90, três peças curtas, dirigidas por Luiz Carlos Bahia, com elenco totalmente formado por estudantes secundaristas formados nos cursos ministrados pelo CPC junto à UMES. Foram elas:
AUTO DAS MENSALIDADES – Narra os conflitos entre os estudantes e o Dr. Tubarão, um proprietário de escolas que só se preocupa com seus lucros.
AUTO DA TRAIÇÃO – Tema: o demônio Dinatus vem à superfície cobrar de um certo político uma dívida de campanha.
AUTO DA CPI – Sátira de um dos incontáveis escândalos financeiros da última década do século XX.
Em 2022, fruto das turmas da 15a Edição das Oficinas de Formação em Artes Cênicas do CPC-UMES, o elenco estudantil da UMES foi recomposto e foi realizada a montagem do AUTO DO CAPITÃO FUJÃO, texto de autoria de Marcus Vinicius de Andrade (que também fez as músicas) e Valério Bemfica, com direção de Ney Piacentini. A peça foi apresentada em escolas, ruas e praças durante o segundo semestre de 2022.
Peças Teatrais – TEATRO NO PALCO
Desde a inauguração do Teatro Denoy de Oliveira foram realizadas dezenas de montagens, que totalizaram quase 500 apresentações e dezenas de milhares de espectadores. Foram elas:
QUEREM BETER MINHA CARTEIRA
A estreia da comédia musical “Querem Bater Minha Carteira” marcou a inauguração do Teatro da UMES (atual Cine- Teatro Denoy de Oliveira), em setembro de 1994. Escrita pelo Grupo de Dramaturgia do CPC e tendo um elenco de estudantes, a peça teve a direção de Denoy de Oliveira, cenografia e figurinos de Luis Fernando e direção musical de Luis Carlos Bahia. O tema é a conquista da carteirinha de meio-passe e meia-entrada. “Querem Bater Minha Carteira” totalizou 120 apresentações.
VÔ DOIDIM E OS VELHOS BATUTAS
Peça infantil de Nana de Casto, em cartaz no Teatro Denoy de Oliveira, de março a setembro de 1999. Recebeu nove indicações para o Prêmio Coca-Cola de Teatro e a premiação em três categorias: melhor espetáculo de 1999, melhor cenário (Cyro del Nero) e melhor atriz (Thania Castello).
Ficha técnica: elenco (Camila Cassis, César Marchetti, Leandro Resende, Oswaldo Ávila, Rachel Carvalhaes, Thania Castello), direção musical (Dyonisio Moreno), cenografia e adereços (Cyro del Nero), figurinos (Leonardo Diniz), produção executiva (Eloisa Elena), direção (Carlos Gradim).
TURANDOT
Adaptação da última obra de Bertolt Brecht, realizada por Denoy de Oliveira e Sérgio Rubens de Araújo Torres, com música de Marcos Vinícius de Andrade. Também o último trabalho do mestre Denoy, no qual a história do Imperador da China, que convoca os intelectuais para explicar ao povo a razão da crise (produzida por ele próprio ao estocar toda a produção de algodão para forçar a alta do preço do produto), se transforma numa metáfora sobre o Brasil e ganha os contornos de um musical que alterna o tom do épico com o da revista. Essa busca, no sentido de aprofundar e lapidar a linguagem do nosso Teatro Popular, foi ao palco do Teatro Denoy de Oliveira, em maio de 1999, com direção de José Renato, cenografia de Cyro del Nero, direção musical de Dyonísio Moreno, coreografia de Silvia Bittencourt, iluminação de Wagner Freire, assistência de direção de Luiz Carlos Bahia e grande elenco de 16 atores, interpretando 28 personagens.
HISTÓRIA DO SAMBA PAULISTA
Espetáculo musical narrado e cantado por Osvaldinho da Cuíca, com participação especial de Aldo Bueno, Seu Nenê da Vila Matilde e Thobias da Vai-Vai, apresenta a trajetória musical deste gênero no estado de São Paulo, desde suas origens até chegar aos sambas-enredo dos dias de hoje. Estreou no Teatro Denoy de Oliveira em março de 1999 e deu origem a dois média- metragens, “Geraldo Filme” e “Seu Nenê”, à publicação em livro da autobiografia de Seu Nenê e ao CD “História do Samba Paulista”
PARCERIAS COM O GRUPO FORTE CASA TEATRO
Em 2004, o CPC-UMES firmou parceria com o grupo Forte Casa Teatro que passou a administrar o Teatro Denoy de Oliveira, até julho de 2010. Em parceria com o grupo, foram realizados os espetáculos A Metamorfose (direção: Vinícius Torres Machado), Falatório (direção: René Piazentin, Hamlet-Canastra Real (direção: Gabriel Carmona), A Não Liberdade do Rabo ao Bico (Autodireção), Alembrar (direção: Rebeca Braia) e Arapucaia (direção: Magê Blanques).
SANTA JOANA DOS MATADOUROS
Nesses tempos sombrios, onde crises econômicas, políticas, sociais, esportivas, se misturam em nosso cotidiano, provocando terremotos e tsunamis na vida de todos, sempre procuramos, instintivamente, analisar, compreender o que está acontecendo, empenhados em minimizar ao máximo as consequências desses acontecimentos. O texto do dramaturgo alemão Bertolt Brecht foi levado ao palco com 22 atores do elenco do Núcleo Teatral do CPC e do Grupo Forte Casa Teatro. A peça fez duas temporadas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, e foi dirigida por José Renato.
A EXCEÇÃO E A REGRA
A montagem de “A Exceção e a Regra” surgiu de um trabalho de conclusão de curso realizado pela turma do curso avançado de teatro do Pontão de Cultura da UMES. Após 2 anos e meio de trabalho, o grupo resolveu dar sequência ao trabalho realizando apresentações nas escolas públicas de São Paulo e, posteriormente, retornando em cartaz, a cada dia recebendo uma escola diferente.
OS AZEREDO MAIS OS BENEVIDES
Cinquenta anos após ter sido impedida de estrear no Teatro da UNE do Rio de Janeiro, localizado na Praia do Flamengo, em virtude do golpe militar deflagrado em 31 de março de 1964 (o prédio da entidade estudantil, como se sabe, foi incendiado já na madrugada do dia 1o de abril), a peça que Oduvaldo Vianna Filho escreveu para o Centro Popular de Cultura ganhou uma montagem no Cine-Teatro Denoy de Oliveira à altura de seu poder de interlocução com a realidade política e sociocultural do país. Dirigida por João das Neves e com músicas de Marcus Vinicius de Andrade, teve 22 atores no elenco e esteve em temporada no ano de 2014. Sua trilha sonora virou um CD, lançado pela Gravadora CPC-UMES.
CANÇÃO DENTRO DO PÃO
Com direção de Bete Dorgam, a comédia Canção dentro do Pão estreou no Cine-Teatro Denoy de Oliveira dia 14 de julho de 2017. O texto, de Raimundo Magalhães Júnior, é inspirado em uma passagem do romance “Jacques le Fataliste et Son Maitre” (Jacques, o Fatalista e Seu Amo) do escritor francês Denis Diderot. A montagem apresentou composições originais criadas pelo maestro Marcus Vinícius com direção musical de Léo Nascimento, que também compôs algumas canções para o espetáculo. Em 2018 a trilha sonora foi lançada em CD pela Gravadora CPC-UMES.
A trama traz um pretenso adultério entre a inconsequente Jacqueline e o intendente Monsieur Finot, que pretende incriminar Jacquot – marido de Jacqueline e leal padeiro do rei Luiz XVI – com a introdução de uma canção subversiva dentro dos pães que serão servidos na corte, às vésperas da Queda da Bastilha.
O espetáculo contou com música ao vivo, cenários e figurinos com características de época, todavia também traz elementos contemporâneos, tanto na concepção visual, quanto na linguagem em cena. O texto traz a fragmentação de poderes da monarquia e coloca a ficção se aproximando da realidade em meio à crise política vivida pelo Brasil nos últimos anos. A Queda da Bastilha, evento central da Revolução Francesa, ocorreu em 14 de julho de 1789, por isso a escolha da estreia acontecer nesta mesma data.