Com profundo pesar, o CPC-UMES lamenta a perda de um dos maiores expoentes do samba e da música brasileira, Arlindo Cruz. Sua partida deixa uma lacuna imensurável em nossa cultura, mas seu legado permanece vibrando na alma do povo brasileiro.
Nascido no Rio de Janeiro, Arlindo transformou o cavaquinho, instrumento que aprendeu a tocar na juventude, em uma extensão de sua genialidade musical. Foi no berço do Cacique de Ramos que seu talento se projetou, consolidando-se com sua fundamental participação no grupo Fundo de Quintal, onde ajudou a redefinir a sonoridade do samba. Sua obra é marcada por clássicos atemporais, como “O Show Tem Que Continuar” e “Meu Lugar”, composições crônicas da vida suburbana e da identidade nacional, um repertório que se tornou patrimônio da música popular brasileira.
Sua trajetória foi marcada por uma reviravolta em 2017, quando um Acidente Vascular Cerebral (AVC) o afastou dos palcos. Desde então, o Brasil testemunhou sua resiliência e a incansável dedicação de sua família em uma longa jornada pela recuperação. A homenagem recebida no desfile da escola de samba Império Serrano, em 2023, foi um momento de profunda emoção coletiva, uma celebração de sua vida e obra que demonstrou o lugar perene que Arlindo ocupa no coração do público.
Aos 66 anos, o artista faleceu em decorrência de uma pneumonia. A partida de Arlindo Cruz silencia uma de nossas vozes mais autênticas, mas sua influência é permanente. O Centro Popular de Cultura reverencia a memória deste mestre, cuja poesia e melodia continuarão a inspirar e a embalar as rodas de sambas. Sua música é eterna, e por meio dela, sua presença será sempre sentida, como um pilar fundamental da cultura popular do Brasil.