GRAVADORA CPC-UMES
Piano na Garoa - Dudáh Lopes
“Piano Na Garoa” é o primeiro disco-solo de Dudáh Lopes. Nele, a pianista propõe-se a fazer uma antologia do choro produzido no estado de São Paulo, iniciativa tão fascinante quanto rara em nossa discografia. Dudáh impõe um toque distinto às suas teclas, recriando a sonoridade dos grupos de choro, com a mescla maravilhosa em que se fundem as harmonias dos violões, os centros dos cavaquinhos, sobrepostos às baixarias dos 7 cordas e aos cantos e contracantos de bandolins, flautas e outros instrumentos. Com essa proposta, desenvolveu uma linguagem pianística percussiva, agitada e bastante característica.
Brasil Branco Negro - Tom da Terra
Prêmio de Melhor Grupo Vocal de 1992, outorgado pela Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA, o Tom da Terra interpreta, neste CD, canções de Tom Jobim e Gilberto Gil, com uma precisão e rigor técnicos que não se encontram em quaisquer outros grupos brasileiros do gênero. Para que isso ocorresse, a gravação deste CD foi cercada de cuidados especiais: pela primeira vez, em nosso país, um grupo vocal teve cada uma de suas vozes gravadas e tratadas separadamente, em canais distintos. Em algumas faixas, chegou a ter dezesseis canais só de vozes, afora tantas outras pistas utilizadas para o instrumental.
Samba na Medida - Walter Alfaiate
Revelado há bem pouco tempo, mas alinhavado e costurado nas quebradas do mundo do samba desde rapazinho, Alfaiate pertence a uma estirpe de sambistas de verdade, que fazem da “atitude” sambística o seu cartão de visitas. Basicamente um intérprete – e, daí, talvez, sua pouca visibilidade até alguns poucos anos – ele chega bem perto, pelo suíngue e pela picardia, do que são ou foram, por exemplo, Roberto Silva, Ciro Monteiro, Jorge Veiga, Risadinha etc. Mas chega, também, mais ou menos junto, pela sua voz abaritonada, de um Orlando Silva, de um Sílvio Caldas e – por que não? – de um Jamelão.
Chovendo Canivetes - Madeira de Vento
O primeiro CD do quinteto Madeira de Vento, é uma homenagem aos maiores expoentes da clarineta brasileira. O disco reúne obras de músicos fundamentais como Luís Americano, Nabor Pires Camargo, Domingos Pecci, Portinho, Otaviano Fon Fon, Netinho, Severino Araújo, Paulo Moura, Abel Ferreira e Kximbinho, aos quais se juntam novos e talentosos criadores como Naylor “Proveta” Azevedo, Hudson Nogueira e Fernando de Oliveira, resultando em uma verdadeira antologia daquele instrumento. Com seu repertório fundamentado no Choro, o disco traz as participações especiais de Paulo Sérgio Santos, Proveta e Izaías e seus Chorões em instigantes arranjos.
Baião de Princesas - A Barca
Este CD registra o encontro de duas correntes musicais: de um lado, o grupo paulista A Barca, composto por instrumentistas e cantores ligados à cultura pop contemporânea; de outro, a Casa Fanti-Asahnti de S. Luis do Maranhão, um dos principais centros da religiosidade afro- brasileira e, certamente, o mais significativo santuário da tradição jêje vinda do antigo Daomé, hoje Benin. O Grupo A Barca chega a este segundo CD preservando as principais características de seu trabalho: colocar sua virtuosidade vocal-instrumental, com acentos de música pop, a serviço da pesquisa e da execução de ritmos e gêneros brasileiros.
Jambo – Papete
Em 1987, nós da Discos Marcus Pereira, lançamos o LP “Bandeira de Aço”, no qual apresentava obras de compositores da então nova geração maranhense. Agora, com este “Jambo”, Papete revisita o velho “Bandeira de Aço” e alguns de seus autores, hoje gratificados ao verem o bumba-meu-boi maranhense reconhecido como uma das maiores expressões da cultura popular brasileira, fazendo a glória das festas juninas da ilha de São Luis. Papete, hoje, é um artista de inserção internacional, mas continua bebendo água na fonte do Ribeirão e com os pés fincados na Praça João Lisboa, permanecendo maranhense até à medula, seja em São Paulo ou em Tóquio.
Desafios / Challenges - Brazilian Trombone Ensemble
Se um trombonista virtuose já é difícil encontrar por aqui, imagine, então, seis! Para muitos, isso jamais poderia acontecer. Só que aconteceu: Aí estão os geniais Radegundis, Sandoval, Renato, Roberto, Gilvando e Stanley mostrando para o mundo, junto com o percussionista Glauco Andreza, que, se o Brasil possui uma música excepcional, isso se deve ao fato de possuir, também, músicos extremamente competentes e qualificados. Quem quiser comprovar, que ouça este CD. Com um sexteto de trombones assim, temos a prova definitiva de que Deus – que é brasileiro, como se sabe – escreve certo, principalmente nas linhas da clave de fá.
Sentimento Popular - Quinteto em Branco e Preto
Com este segundo CD, “Sentimento Popular” – que tem a participação especial de Beth Carvalho, Nei Lopes e Xangô da Mangueira, o Quinteto em Branco e Preto, assegura lugar definitivo na história atual do samba e mostra porque conseguiu o reconhecimento dos grandes sambistas do país. Bambas como Walter Alfaiate, Nei Lopes, Beth Carvalho, Wilson das Neves, Monarco, Xangô da Mangueira, Luiz Carlos da Vila, Almir Guineto e muitos outros, fazem questão de ter o Quinteto em Branco e Preto em seus shows. Com este CD o Quinteto recebeu indicação para o Prêmio Tim 2004 na categoria Melhor Grupo de Samba.
Deitando e Rolando - Francisco Araújo
Neste segundo CD, realizado com obras de Dilermando Reis e composições próprias, Francisco Araújo continua dono de uma expressão violonística própria, fazendo seus choros, frevos e salsas se aparentarem às tintas rubras do flamenco. Esta é uma das características que traz desde os tempos do Clube do Choro de São Paulo e de sua passagem pelo Curso de Violão de Andrés Segóvia, na mágica cidade de Santiago de Compostela. A harmonia de sons que o violonista Francisco Araújo obtém com sua técnica única, o coloca entre os grandes virtuosos contemporâneos da Música Popular Brasileira.
No Mesmo Pique - Marcos Gomes
Neste CD de estreia, Marcos Gomes, jovem, mas já bastante conhecido nas rodas violonísticas de São Paulo, destaca-se por seu toque sutil e refinado e por seu repertório diferenciado, em tudo distante dos “chavões” da literatura para violão. O repertório traz composições de Francisco Araújo (“Forro Antigo”, “Autos e Baixos”, “Eletrizante”, “Rio dos Meus Sonhos”, “Dança Paraguaia”, Impressões Nipônicas”, “Moleque Travesso”, “Balada Romântica”, “Patapiana – Valsa Virtuosa No6”, “Lições do Passado”), do paraguaio Agustin Barrios (“Contemplação”, “Último Canto”) e do próprio Marcos Gomes (“No mesmo Pique”, “Eterna Paz”).
Ser Tão Paulista - Vésper Vocal
Quando São Paulo comemora 450 anos, desfiam neste CD do Vésper Vocal, dirigido por Magro Waghabi, do consagrado MPB-4, e com a participação especial de Chico Buarque (faixa 3, “Praça Clóvis”), as imagens-sons criadas por velhos mestres como Paulo Vanzolini, Adoniran Barbosa, Zequinha de Abreu, Geraldo Filme e João Pacífico, junto às de novos autores – Passoca (“Sonora Garoa”), Itamar Asssupção (“Aprendiz de Feitiçeiro”) e outros – que produziram o melhor retrato desta cidade. O Vocal Vésper é composto por Ilka Cintra, Nenê Cintra, Mazé Cintra, Jussara Marçal, e Mônica Thiele.
A Chave de Ouro do Reino do Vai-Não-Volta – Gesta
Os jovens músicos cariocas do Gesta realizam, neste CD apresentado por Ariano Suassuna, aquilo que temos de melhor: o poder de recriar permanentemente a tradição. Herdeiros do lendário Movimento Armorial, interpretam obras de Guerra Peixe e Antonio Madureira, entre outros ícones da Música Popular Brasileira. O Gesta é composto por Daniel Bitter (rabeca e viola de gamba), Edmundo Pereira (viola caipira), Fábio Campos (violão), João Bina (percussão), Pedro Pamplona (flauta e pífano). Participações especiais: Ariano Suassuna, Cordão do Boitatá, Cortejo Brincante Abayomi.
Brasileirando - Estação Caixa Prego
O Brasil, regional e universal, marca a presença na música desse grupo, num CD que nasce sob as bençãos de Zé Limeira, o surrealista das caatingas, mas também sob o empurrãozinho inspirador de Bule-Bule e outros criadores que refazem o percurso de Gordurinha, Jackson do Pandeiro, Ari Lobo e tantos outros visitantes de caixa-prego. Somente nesta estação poderiam conviver um baiano (Luiz Carlos Bahia), uma descendente de japoneses (Carla Masumoto) e alguns paulistas de todas as partes do país (Júlio Vicente, Zé Reis, Xanti Lee e Caio Ignácio), todos empenhados em fazer a notável mistura com a qual se conjuga o verbo “brasileirar”.
Maneira de Ser - Bando de Macambira
Conheço o Bando de Macambira há uns bons trinta anos, desde o tempo da Discos Marcus Pereira velha de guerra… Já naquela época animava-me a ideia de gravar um disco com o grupo, mas uma coisa ou outra sempre surgia pra atrapalhar o projeto. Hoje, finalmente pago a dívida que tinha para comigo mesmo e para com o Bando. Infelizmente, seu Chico, o patriarca dessa família musical sertaneja, já não está entre nós pra ver que eu não fugi da raia e cumpri a promessa. Com atraso, mas cumpri. E se os Macambiras sentiram-se felizes em poder registrar as canções de seu Chico, eu fiquei muito mais feliz com a felicidade deles. (M.V.A.)
Vinícius, Sem Mais Saudade - Céline Imbert e Marcelo Ghelfi
Aclamada como uma das nossas principais intérpretes líricas, Céline Imbert tem nos presenteado com espetáculos de alto nível artístico, ano após ano. Com Marcelo Ghalfi, pianista da Orquestra Jazz Sinfônica, retoma o início de sua carreira, em que se dedicava à música popular e recria a obra de um dos nossos maiores poetas contemporâneos, Vinícius de Moraes. Sem sombra de dúvida, uma das mais sensíveis interpretações que sua poesia já recebeu. Como nas composições de Vinícius, Céline coloca sua experiência e domínio técnico a serviço da simplicidade. Da essência.
Divino Samba Meu - Dona Inah
Aos 69 anos, Dona Inah estreia no disco na condição de uma das legendas da Música Brasileira. Com uma história fascinante, que só encontra paralelo na vida de algumas celebradas cantoras de jazz, ou mesmo na trajetória da grande diva popular que foi Clementina de Jesus, Dona Inah é uma das provas mais evidentes de que, no difícil embate entre a Vida e a Arte, é sempre esta que sai ganhando. Da sua Araras natal até o palco do Municipal, Dona Inah participou de alguns dos momentos mais belos da história musical do rádio. Agora, chega finalmente ao disco. Com “Divino Samba Meu”, Dona Inah recebeu indicação nas categorias Melhor Cantora e Revelação no Prêmio Tim 2005.
1o Festiva l Latinautor de La Canción – Vários
Em setembro de 2003, em Punta del Este, Uruguai, compositores, intérpretes e músicos reuniram-se para realizar um festival de música diferente, organizado pelos próprios criadores musicais. O repertório terminou por ser um amplo painel da atual diversidade musical, demonstrando que independentemente de fórmulas a canção ibero- americana se reconstrói a cada instante como o desenho das nuvens do céu. O Brasil foi representado pela canção “Coração de Mulher” (faixa 4 do CD), de Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro, interpretada pelo primeiro.
Dente de Ouro - Josias Sobrinho
Entre as múltiplas virtudes de Josias, algumas apontadas no texto que Papete assina no encarte, sempre me surpreendeu a maneira elegante como aquele compositor se coloca frente a música de sua terra. Ao contrário dos autores regionais que se ocupam apenas em “vender folclore” e tipicidades locais, Josias não pretende mostrar-se como curiosidade geográfica: mais que parecer maranhense, ele busca apenas ser maranhense, com naturalidade e sem qualquer afetação. Josias, assim como Papete, Zeca Baleiro, Lenita Pinheiro e César Nascimento (convidados de honra neste CD) são o próprio Maranhão, sem que precisem fazer força para isso.
O Choro e Sua História - Izaías e Israel Entre Amigos
A coleção “O Choro e Sua História” é uma ampla retrospectiva do choro brasileiro (de 1870 aos dias atuais), narrada de forma vibrante e sem qualquer cunho museológico. Os três CDs que compõem a série são tratados como memória viva, sendo protagonizados por Izaías e Israel Bueno de Almeida. Aos dois irmãos se associaram alguns dos mais importantes músicos do país para o registro dessa saga chorona, que abrange de Henrique A. de Mesquita a Tom Jobim, de Joaquim A. Callado a Radamés Gnattali, de Patápio Silva a Johnny Alf, de Pixinguinha a Paulinho da Viola, gênios e mestres do passado, do presente e de todas as épocas.
Tributo a Mauro Duarte - Walter Alfaiate
Além de ser compositor e cantor de altíssimo nível, Walter Alfaiate se destaca como um dos grandes responsáveis pelo resgate da cultura popular carioca. Em seus CDs, Walter apresenta preciosidades musicais que ele pacientemente garimpou. O CD que agora está lançado repete essa trajetória e constitui uma homenagem a outro grande sambista carioca, Mauro Duarte, o Mauro Bolacha, autor de pérolas da Música Brasileira e também um habitante de Botafogo, que infelizmente já não se encontra entre nós. Neste CD, Walter rememora sua parceria com este irmão de samba e de bairro, mostrando também as obras criadas pelo ‘Bolacha’ junto a outros bambas.
Na Trilha do Novo Mundo – Carmina
Nos oito séculos anteriores ao Descobrimento das Américas, a Península Ibérica viveu uma fase de esplendor cultural e grande tolerância religiosa: hispanos, árabes, judeus, orientais e africanos ali conviviam. Foi a música gestada nesse caldeirão que desembarcou no Novo Mundo. Este CD do Grupo Carmina deve ser saudado não só por sua grande qualidade musical, mas também por nos dar a oportunidade de conhecer parte da proto-história da música do Brasil. Dividido em jornadas, como um auto medieval, tem momentos surpreendentes, capazes de revelarem como uma das Cantigas de Santa Maria (séc. XIII) sobrevive até hoje num canto de reisado brasileiro.
Direito de Sambar - Adriana Moreira
Batatinha é uma figura ímpar na Música Brasileira, não bastasse ser o mais expressivo nome do samba baiano. Sua música, tendo nascido da Bahia e adquirido carta de cidadania no Rio de Janeiro, retornou à sua terra de origem para adquirir um novo tipo de sentimento e forma. Não por acaso, o samba de Batatinha, tem um possível paralelo na obra de bambas como Cartola, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e outros mestres do morro e do asfalto. Ninguém melhor que Adriana Moreira poderia condensar a grande música de Batatinha numa antologia definitiva, como esta que a gravadora CPC-UMES se orgulha de lançar.
Era Uma Vez... - Papete e Luis Lopes
Formando uma dupla inteiramente inédita – percussão e teclado – Papete e Luis Lopes perecem começar uma nova história na música instrumental do Brasil: uma história em que ritmos, os toques e os sotaques da percussão brasileira se fundem com a sofisticação pianística regada também com os timbres eletrônicos da modernidade. Fazendo um disco inteiramente sintonizado com a linguagem sonora dos tempos atuais, Papete e Luis Lopes deixam uma grande lição: a de que é perfeitamente possível ser moderno à brasileira, sem apelar pros cacoetes estrangeiros, tão comuns em grande parte de nossa música instrumental.
Capim - Neymar Dias
Músico jovem, revelação do prêmio Syngenta, Neymar Dias, tem um talento superior que já lhe dá pinta de velho mestre. E é assim que ele se coloca: como um mestre de hoje, violeiro de todos os Brasis – principalmente da terra fértil em que brota o capim mágico da grande música popular que temos. E da qual ele é uma das melhores provas. Neste CD, “Capim”, Neymar interpreta obras de sua autoria, além de “Pagode em tempo de Avaço” (Tião Carreiro e Lourival dos Santos) e “Vera Cruz” (Milton Nascimento e Márcio Borges), fazendo, assim, o seu ingresso formal na história da melhor música instrumental brasileira.
Teco-Treco - Luiz Ribeiro, Tatiana Parra e Gisella
As crianças do Brasil são as grandes vítimas da indigência sonora que habita os grandes meios de comunicação. Ofendidas em sua dignidade pelos aproveitadores que confundem música infantil com idiotice, elas agora podem contar com o bom gosto deste “Teco-Treco”, um CD divertido, inteligente e recomendado pelos pedagogos por sua inventividade. Dirigido pelo músico e compositor Luiz Ribeiro, este CD traz também as vozes de Tatiana Parra e Gisella, duas excelentes cantoras que decerto farão vibrar as crianças com as brincadeirinhas musicais propostas no disco. É ouvir e cantar junto!!!
Só Na Canção - Ana de Hollanda
Ana de Hollanda é uma cantora que pensa, que sabe o que canta e como canta, conseguindo nos emocionar pela objetividade do que tem a dizer. Em Ana de Hollanda, jamais o canto cede ao supérfluo, ao desnecessário, ocupado que está em ser sincero e despojado de tudo, menos da beleza. É um canto que não quer enganar ninguém, sendo tão verdadeiro e espontâneo quanto a artista que o possui. Agora, talvez para buscar ainda maior sintonia entre o que canta e o que pensa, Ana de Hollanda nos traz este CD “Só na Canção” todinho de composições próprias e parcerias com Nivaldo Ornelas, Novelli, Helvius Vilela, Alexandre de La Peña, Lucina, Jards Macalé e Claudio Guimarães.
Assanhado - Madeira de Vento
A história do clarinete na Música Brasileira é bastante rica, embora desconhecida da maior parte do público. Mais desconhecida ainda é a história dos conjuntos de clarinete, que são raríssimos no Brasil. Um dos poucos quintetos de clarinete existentes no país é o Madeira de Vento, que chega agora ao seu segundo CD, chamado “Assannhado”. Neste disco, o quinteto repete a bem-sucedida experiência do seu primeiro CD, “Chovendo Canivetes” (também editado pela CPC-UMES), qual seja a de fazer uma antologia da música para clarinetes produzida no Brasil. Com isso, o grupo apresenta também um precioso apanhado dos gêneros instrumentais mais destacados da Música Brasileira.
Radamés Gnattali, integral dos Choros para piano solo – Marco Antonio Bernardo
Desde sempre, todos os que amam, curtem, louvam e vivem a Música Brasileira se deixam tomar pela reverência mais que merecida ao gigante eterno Radamés Gnattali. E para interpretar a obra excepcional deste mestre, ninguém melhor que outro mestre: Marco Antônio Bernardo, a quem se deve esta primeira Integral dos Choros para Piano Solo de Radamés Gnattali, que a gravadora CPC-UMES se orgulha de lançar. A destacar os choros e valsas colhidos a partir de manuscritos originais, inéditos em edição e em gravação.
Os Azeredo + Os Benevides: 50 Anos Depois do Golpe de 64 – Vários Intérpretes
Por duas vezes na minha vida, tive a honrosa e difícil missão de dar continuidade a trabalhos musicais iniciados pelo grande e estimado Edu Lobo. A primeira vez foi em 1980, portanto há 35 anos, quando substituí Edu na direção musical, arranjos e criação da música de cena para a peça Calabar (Chico Buarque e Ruy Guerra), que havia ficado seis anos interditada pela (com licença da má palavra) censura.
A segunda foi agora em 2014, com a música deste Os Azeredo Mais Os Benevides, e mais uma vez por causa da maldita censura. Só que, desta feita, não falo só da censura sobre a arte: falo do golpe militar de 1964, que censurou o país inteiro, censurou o povo, censurou suas lutas, censurou minha juventude e os sonhos de uma geração que esperava inaugurar o Teatro da UNE exatamente com esta peça de Vianinha, para a qual Edu Lobo (com 21 anos incompletos) havia composto apertas o tema inicial, Chegança, que depois se tornaria referência na música brasileira. O teatro e a UNE foram incendiados pelos golpistas na própria madrugada de 1° de abril e a peça ficaria ausente dos palcos profissionais até o corrente ano de 2014. Ao que se sabe, Edu não chegou a compor nenhum outro tema para Os Azeredo… e, cinquenta anos depois, o locutor que vos fala foi chamado para completar o que faltava, tendo de colocar música não mais numa peça de teatro, mas no próprio sonho interrompido de uma geração. (M.V.A.)